Eureka!


Quisera eu conhecer a razão
Da vida-enigma, do sonho e do ser.
Busquei sofregamente, mas em vão,
Porque na busca a insatisfação
Foi sempre a resposta do meu descer.

Procura dolorosa, busca vã,
Porque sempre e só no fora de mim.
Busca descrente aventura pagã
Mordi, afinal, também a maçã:
Promessa da ciência no jardim.

Humilde recolhi os meus destroços,
Diante da minha alma os coloquei
Chorando e arrependida ajoelhei.
E um arrepio perpassa-me os ossos
E faz-se luz, e eu gritei:

Eureka! Foi o Dom da Ciência, eu percebi:
Que aos humildes tudo se revela
E atenta fiquei, qual sentinela,
Presa de uma Luz que jamais vi,
O Espírito, sei, estava nela.

Conheci a Verdade por inteiro
Nessa Luz que me queima e eu sei
Que somente na Luz me encontrei.
Soube, então, que amada fui primeiro
E que só no Amor a conhecerei.

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