Testemunho


Queria partilhar convosco a história da minha vocação, visto que esta semana celebramos a festa de São Paulo e eu sou uma Filha de São Paulo. Chamo-me Ir.Krystyna e sou polaca.
Quando penso na minha história vocacional a primeira coisa que me vem em mente é um encontro e as palavras de um sacerdote, amigo da minha família. Lembro-me que ele disse à minha mãe: Krystyna um dia também deixará a casa (naquele tempo o meu único irmão já estava no seminário). Eu compreendi estas palavras com este significado, que eu deixaria a minha família para me tornar freira. Na altura tinha 17 quase 18 anos. Aquela palavra não me deixava em paz. Comecei a pensar que se calhar o Senhor chama-me para a vida religiosa. E partir daquele encontro todas as minhas escolhas foram orientadas para a vida consagrada. O problema era que congregação escolher, já que na Polónia temos muitos institutos. Uma coisa era certa não queria ser nem professora e nem enfermeira. Então tinha pouca escolha, porque naquele tempo na Polónia a maior parte das religiosas fazia este trabalho. E eu gostava de livros. O meu pároco fez-me a proposta de trabalhar numa pequena livraria paroquial. Era o meu mundo. Conseguia estudar e trabalhar.
Um dia o meu pároco voltando de Roma trouxe para mim uma prenda, as cassetes das edições paulinas. Ali acabou o meu estudo. Continuamente estava a ouvir aquelas canções tão lindas. Tenho que dizer que naquele tempo na Polónia não havia quase nada de edições religiosas. Era tempo de comunismo. Um dia devia ir com a minha turma de escola em peregrinação a Czestochowa, à Nossa Senhora de Jasna Gora. O meu pároco achou bem que eu aproveitasse desta ocasião para contactar os padres paulistas para fazer as compras de material para a livraria. Eu conhecia só os padres paulinos de Santuário, não sabia que tinha uma outra congregação com o nome parecido – os padres paulistas. Mas pronto, consegui chegar ao meu destino e fazer tudo que me foi pedido, e alguma coisa mais…. Foi ali que me deram um pequeno livro que falava das Filhas de São Paulo. Já quando me falaram desta congregação senti um toque no meu coração. Era mesmo isto que procurava. Chegando a casa, a primeira coisa que fiz foi escrever a carta a Superiora Geral dizendo que queria entrar na Congregação. Devo dizer que naquele tempo não havia nenhuma comunidade das paulinas na Polónia. As primeiras irmãs, italianas, conheci só depois de alguns meses. Entrei com a idade de 19 anos, sem conhecer a congregação, mas com a certeza que era este o lugar, onde o Senhor me chamava. Os primeiros tempos foram muito duros, tempo de comunismo, tempo de fundação, e mais as irmãs italianas não falavam polaco, nós postulantes (éramos 4) não falávamos italiano. Era tempo de fé. Deveria acreditar que também um dia na minha terra as paulinas poderão ter uma livraria e poderão livremente exercitar o apostolado. Sonhava com outras polacas do meu grupo. Poderia contar muitas aventuras daquele primeiro ano. Era tempo de graça, graça de uma nova fundação.
Passaram quase 24 anos que deixei a minha casa, a minha família. E posso dizer que o Senhor continua a chamar-me. Quando eu penso que já deixei tudo por Ele, é mesmo nesta altura que precisa deixar mais alguma coisa. A última que deixei foi a minha terra. Quando há pouco mais de um ano vim para Portugal. E devo dizer que já experimentei muitas vezes que o Senhor tem as melhores propostas para a minha vida. Eu às vezes insisto com o Senhor por uma ou por outra coisa, mas depois não fico contente. E por isso vale a pena confiar nele, no Seu projecto para a minha vida. Hoje sou uma Filha de São Paulo que cada dia descobre a própria vocação. Acho que ainda tenho muitas coisas para descobrir, porque o Senhor é muito criativo. Dou graças ao Senhor por: o dom da vida, pelos meus pais que sempre me apoiaram no meu caminho, pela vocação sacerdotal do meu irmão, pela minha vocação e pela vocação missionária. Sou feliz por viver cá nesta terra tão parecida com a minha. Por isso sinto-me já em casa. É só a língua portuguesa que ainda não me deixa em paz.
Quando escrevi este texto ainda não sabia que o Senhor tinha para mim uma surpresa, um outro tipo de experiência para fazer, um outro tipo de apostolado para exercer. Há alguns meses foi-me diagnosticado o cancro da mama. Foi um choque para mim e precisava de algum tempo para compreender que esta é uma oportunidade para mudar, para melhor, para repensar a minha vida. Hoje não sinto que a minha doença é um castigo, ao contrário acredito que é mesmo uma oportunidade. Acredito que o Senhor me ama imensamente e por isso não tenho medo do cancro. Hoje sinto-me muito mais forte apesar de ser mais fraca fisicamente. E depois conheci muitas pessoas com o mesmo problema e que me ajudaram a aceitar a minha situação e ver os lados positivos desta nova vida. Hoje também eu procuro ajudar outras pessoas com cancro, através da minha oração e o meu testemunho na Internet. Este é o meu novo apostolado. Uma das coisas que costumo fazer durante os tratamentos é pôr as intenções, o tempo passa mais depressa e eu sinto-me mais feliz. Gosto naqueles momentos de pensar nas pessoas, acontecimentos, actividades que talvez gostaria de participar mas por agora não posso. Então, queridos amigos gostaria de vos dizer que também vocês estão presentes nas minhas orações e nas minhas intenções. E gostaria também dizer que vale a pena responder SIM, quando o Senhor nos chama. Ele nos reserva muitas surpresas e a maior é esta que podemos ser felizes sem todas aqueles coisas que o mundo nos apresenta como indispensáveis.
Eu sinto-me feliz e tu?

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Conversão de S. Paulo

Deixo-vos hoje este vídeo que nos mostra um pouco da caminhada de S. Paulo, que se vê obrigado a mudar de mentalidade desde o momento em que se encontra com Cristo. E nós, não precisaremos também mudar algo? Que S. Paulo seja exemplo para o nosso caminho de fé!

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Semana de oração pela unidade dos cristãos


De 18 a 25 de Janeiro, os cristãos unem-se em oração, durante oito dias, a pedir a Deus o dom da unidade de todos os que acreditam em Cristo. Sabemos que não é só a oração que torna efectiva esta unidade. Cada um de nós, pessoalmente e em Igreja, deve dar passos concretos para que o Espírito de unidade congregue todos os cristãos numa só fé e num só baptismo.

Oração
Senhor Deus, nosso Pai, nos alegramos porque em todos os tempos, lugares e culturas, há pessoas que te buscam em oração. Acima de tudo, te agradecemos pelo exemplo e
ensinamento de teu Filho, Jesus Cristo, que nos ensinou a aguardar em oração a chegada
do teu Reino. Ensina-nos a orar melhor juntos como cristãos, para que possamos sempre
estar conscientes da tua orientação e encorajamento ao longo de nossas alegrias e tristezas, pelo poder de teu Santo Espírito. Amém.

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Um Deus Próximo


Na quadra natalícia, realizou-se mais um encontro de adolescentes na nossa comunidade.
Era um grupo de 10 meninas do 8º ano, todas da paróquia de São Vicente de Pereira, que está a fazer a sua caminhada de fé e com vontade de crescer em todos os sentidos.
Reflectimos sobre “um Deus próximo” que faz caminho connosco, apesar das nossas fragilidades, ama cada um com a mesma intensidade; por isso, veio habitar entre nós.
Terminamos o encontro com um momento de oração e no final o lanche, onde partiram desejosas de regressar para o próximo encontro.

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Baptismo


O Baptismo de Jesus marca o início da Sua vida pública. As Suas primeiras palavras são muito significativas, pois mostram que veio para cumprir toda a justiça, para realizar plenamente a vontade de Deus e o Seu projecto salvador. A voz que vem do céu (do Pai) testemunha que Jesus é o Messias, o Filho muito amado do Pai, no qual Ele pôs toda a sua complacência. Celebrar o Baptismo do Senhor é também celebrar o nosso próprio baptismo. É um momento privilegiado para renovarmos o compromisso de vida que assumimos e reflectir sobre o modo como estamos a seguir Jesus.
In: Liturgia Diária
O que significa para ti o Baptismo?
Porque é que Jesus quis ser Baptizado por João?

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"À medida que vamos crescendo e amadurecendo, damo-nos conta que existe algo, no mais fundo de nós mesmos, que por sua vez é o que nos motiva para viver, trabalhar e fazer projectos. Ninguém pode viver sem esse «algo» que provém da sua própria vida. Ainda que não possamos explicá-lo bem, o sentirmo-nos a salvo, a satisfação e a felicidade que não deixamos de perseguir ao longo da vida, estão relacionadas com essa realidade, mais ou menos identificada, que nos impulsiona. É o que tem mais valor. Gostaríamos que toda a nossa vida ficasse unificada em redor dessa força."

Da terceira catequese de preparação para as Jornadas da Juventude de 2011.

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A Pedra no Caminho


Conta-se a lenda de um rei que viveu há muitos anos num país para lá dos mares. Era muito sábio e não poupava esforços para inculcar bons hábitos nos seus súbditos. Frequentemente, fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo se destinava a ensinar o povo a ser trabalhador e prudente.
— Nada de bom pode vir a uma nação — dizia ele — cujo povo reclama e espera que outros resolvam os seus problemas. Deus concede os seus dons a quem trata dos problemas por conta própria.
Uma noite, enquanto todos dormiam, pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois, foi esconder-se atrás de uma cerca e esperou para ver o que acontecia.
Primeiro, veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que ele levava para a moagem.
— Onde já se viu tamanho descuido? — disse ele contrariado, enquanto desviava a sua parelha e contornava a pedra. — Por que motivo esses preguiçosos não mandam retirar a pedra da estrada?
E continuou a reclamar sobre a inutilidade dos outros, sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra.
Logo depois surgiu a cantar um jovem soldado. A longa pluma do seu quépi ondulava na brisa, e uma espada reluzente pendia-lhe à cintura. Ele pensava na extraordinária coragem que revelaria na guerra.
O soldado não viu a pedra, mas tropeçou nela e estatelou-se no chão poeirento. Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou na espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam deixado uma pedra enorme na estrada. Também ele se afastou então, sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra.
Assim correu o dia. Todos os que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra colocada na estrada, mas ninguém lhe tocava.
Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro passou por lá. Era muito trabalhadora e estava cansada, pois desde cedo andara ocupada no moinho. Mas disse consigo própria: “Já está quase a escurecer e de noite, alguém pode tropeçar nesta pedra e ferir-se gravemente. Vou tirá-la do caminho.”
E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra.
Ergueu a caixa. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: “Esta caixa pertence a quem retirar a pedra.”
Ela abriu a caixa e descobriu que estava cheia de ouro.
A filha do moleiro foi para casa com o coração cheio de alegria. Quando o fazendeiro e o soldado e todos os outros ouviram o que havia ocorrido, juntaram-se em torno do local onde se encontrava a pedra. Revolveram com os pés o pó da estrada, na esperança de encontrarem um pedaço de ouro.
— Meus amigos — disse o rei — com frequência encontramos obstáculos e fardos no nosso caminho. Podemos, se assim preferirmos, reclamar alto e bom som enquanto nos desviamos deles, ou podemos retirá-los e descobrir o que eles significam. A decepção é normalmente o preço da preguiça.
Então, o sábio rei montou no seu cavalo e, dando delicadamente as boas-noites, retirou-se.

William J. Bennett
O Livro das Virtudes II
Editora Nova Fronteira, 1996 (adaptação)

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